quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Dos sinais que me fazem sorrir...


O dia tinha tudo para ser igual a qualquer outro, exceto pela agravante de ser final de semestre e eu estar ainda mais estressada do que o habitual. A hipótese de fazer um iluminado e brilhoso dia de sol estava totalmente descartada pelo prenúncio de temporal estampado nas nuvens pretas que me observavam a caminho do trabalho. A perspectiva de fazer aquela happy hour básica com as Amigas depois do terceiro turno de trabalho também já estava fora de cogitação graças ao meu esgotamento já ao amanhecer. Quatro noites sem dormir direito corrigindo trabalhos de conclusão, somadas à insônia característica de quem vive fortes emoções relacionadas aos assuntos do coração me puseram num nível de canseira que não me deixavam pensar em outra coisa a não ser na minha cama e no meu super-travesseiro (sozinha, é claro, pois meu estágio de estresse é tanto que certamente eu cairia no mais profundo sono antes de terminar a abertura de um zíper). Chegando no trabalho, a pilha de petições para eu corrigir acabou com qualquer esperança de tranqüilidade.


Para espantar tantos maus presságios e encontrar motivação para enfrentar a vida, fechei os olhos, pensei na tarde PERFEITA que tive ontem, li e reli pela milionésima vez a mensagem de "bom dia" mais linda que meu celular já recebeu nos últimos tempos, li 658 vezes o último "post" da Carol (demais, Amiga!!!), contei quantos dias faltavam para o Reveillon, enchi os pulmões de ar, cantarolei "Jump" mentalmente por influência do dito "post", me vendo dentro do Morumbi lotado, e vamos lá... à luta.


Firme no "Projeto-Verão-Sem-Canga-Com-Biquíni-de-Lacinho" fui ingerir qualquer coisa leve, sem calorias e, conseqüentemente, sem sabor (que eu jamais ousaria chamar de "almoço"!), no restaurante natureba de cujos donos já sou praticamente amiga íntima. Para minha surpresa, saindo daquele ambiente tão avesso à maionese, bacon, massas e batatas fritas, me deparo com um infame dum azulzinho, malfada criatura, diligentemente me aplicando uma multa por ultrapassar 20 minutos no estacionamento da Zona Azul num lugar que, até onde eu sabia, deveria ser "público". Mas que ódio! Aproveite toda a raiva reprimida e descarreguei a minha mais ferina indignação pelas injustiças do mundo no funcionário municipal que certamente desajaria qualquer outra coisa naquele horário de almoço, menos aturar uma "perua" louca (com olheiras tão pretas quanto as nuvens do céu ainda bastante carregado!!!) sapateando em cima dum salto agulha, histérica por causa da "exorbitância" de R$5,00!!!


Paga a multa, ainda xingando o estafermo que naquele momento me parecia mais um "saco de box" suplicando para tomar uma "bocha", me deparei com uma vitrine LINDA, cheia de vestidinhos coloridos e brilhosos, com aquele corte especial que disfarçam qualquer insucesso das dietas meio falhadas e caminhadas matadas. Me aproximei da vitrine, com o meu bom e típico humor recuperado, rindo da situação desgraçada, disposta a escolher um daqueles modelitos para usar no Reveillon mais esperado e planejado da minha vida.


Quanto mais perto dos vestidinhos eu chegava, mais nítida ia ficando para mim a decoração da vitrine. Era uma vitrine coloridamente decorada com nada mais nada menos que um mapa da Cidade Maravilhosa, especificamente do bairro Leblon, sendo que a insígnia designativa do local ("LEBLON"!!!) estava escrita em letras garrafais, apontada para a Rua Carlos Góis, estrategicamente localizada entre o infinito mar azul turquesa e a Lagoa Rodrigo de Freitas. A decoração era tão linda e me remetia a uma FELICIDADE tão profunda, que o apelo consumista dos vestidinhos foi reduzido à nada, e as mais belas peças de roupas pareciam meros "trapinhos" aos meus olhos.


Aquela imagem muito significativa e toda a seqüência de fluídos positivos e revigorantes que ela carregava, me inundaram o coração de uma sensação tão boa que não resisti e, novamente, marejei os olhos com lágrimas de PURA SATISFAÇÃO. Abri um sorriso sem precedentes, com aquela alegria típica de quem tem motivos reais e sinceros para sorrir. Sorriso que vem da alma, que tem força para dissipar as nuvens do mais violento temporal, que renova a esperança de um dia feliz, mesmo sem ter sido antecedido por uma noite de sono bem dormido, que sublinha a circunstância de que ao lado de pessoas especiais nada de ruim pode me acontecer e que faz a multa de trânsito soar como um agradecimento por não precisar andar à pé.


Estivesse o azulzinho ainda ali, certamente teria ganhado um abraço!



3 comentários:

Carol Prolo disse...

:) gurias, eu amo de paixão todas vocês, mas concordem comigo: essa viagem vai ser MAIS do que especial só por causa da Fernanda.. ô guriazinha especialíiiissima essa!

Mariana disse...

A Zero Hora precisa descobrir nosso blog. Certamente as colunas da Fernanda Fiorin serão um sucesso, tal qual as da Marta Medeiros. Amooo

Fernanda disse...

hehehehe Essas minhas amigas só me erguem, mesmo... são umas exageradas... AMO VOCÊS, GIRLS...
:)